Atualmente, cerca de 20% da população portuguesa é composta por idosos. Mas, olhando para o futuro, este número poderá chegar a incríveis 40% até 2080. Diante deste cenário, surge uma questão essencial: quantos destes idosos em Portugal estão realmente integrados na sociedade?
Essa é uma preocupação crescente, especialmente com os dados alarmantes apresentados por estudos e relatórios recentes. É hora de explorar os desafios, mas também as soluções, para garantir uma vida mais digna e ativa para os idosos.
Um relatório do Instituto Nacional de Estatística (INE) prevê que quase metade da população portuguesa terá mais de 65 anos dentro de 60 anos. Além disso, o “Censos Sénior 2017”, da Guarda Nacional Republicana (GNR), apontou que mais de 45 mil idosos vivem sozinhos ou em isolamento no país.
Ainda mais preocupante, dados de 2016 mostram que cerca de 40% dos idosos passam mais de 8 horas por dia sozinhos, o que os coloca em situações de solidão extrema. Essa solidão afeta mais homens e pessoas com menor escolaridade, levando muitas vezes a estados depressivos severos.
Por outro lado, é fundamental destacar que, enquanto algumas regiões enfrentam desafios maiores, outras têm promovido soluções para combater o isolamento e integrar os idosos na comunidade. Portanto, é possível reverter essa realidade.
Felizmente, o conceito de envelhecimento ativo está ganhando força em Portugal. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), esse conceito vai muito além de ser fisicamente ativo. Ele envolve a participação contínua na vida social, económica, cultural e cívica, garantindo que os idosos mantenham seu papel na sociedade.
Por exemplo, um estudo da Eurofound revelou que mais de 260 mil idosos em Portugal ainda trabalham, mesmo após a reforma. Curiosamente, a maioria o faz não por necessidade financeira, mas para se sentir útil, combater a solidão ou simplesmente porque gosta do que faz.
Além disso, programas comunitários e iniciativas locais têm contribuído para essa inclusão. Atividades como grupos de convivência, clubes de leitura e ações voluntárias ajudam os idosos a manterem-se ativos e engajados.
Para que os idosos em Portugal tenham qualidade de vida, é crucial que haja um esforço conjunto entre governos, comunidades e famílias. Apoio emocional, atenção às necessidades específicas e incentivo à participação social são fundamentais.
Além disso, é essencial reconhecer que o envelhecimento faz parte da vida e que cuidar dos idosos é, acima de tudo, cuidar do nosso futuro. Assim, pequenos gestos, como visitas regulares, conversas e estímulo à participação em atividades, podem fazer uma enorme diferença.
Enfrentar os desafios do envelhecimento em Portugal exige ações imediatas. O apoio à inclusão social dos idosos deve ser uma prioridade, não apenas por razões humanitárias, mas porque todos nós envelhecemos. Investir em programas de envelhecimento ativo e fortalecer os laços comunitários e familiares são passos indispensáveis para um país mais justo e acolhedor.
Portanto, enquanto os números do envelhecimento podem assustar, eles também representam uma oportunidade de evolução social. Vamos cuidar dos idosos em Portugal, porque o que fazemos hoje reflete o futuro que desejamos.