Idosos a viver sozinhos. Vamos assim abordar um tema de bastante importância na vida familiar: o momento em que os nossos pais ou avós deixam de depender deles mesmos. Este é um momento difícil tanto para eles quanto para os familiares mais diretos. Assim, há que tomar decisões e, por vezes, não as mais fáceis. “Até quando os idosos devem viver sozinhos?”
Na prática, ter a ideia de que está tudo certo porque o idoso está lúcido, vai ao médico periodicamente e toma os medicamentos sem reclamar, não é indicativo de que a família não deva investigar e se certificar de que tudo caminha realmente bem. “A incapacidade física” é mais fácil de ser aceita e percebida do que a diminuição da cognição, e alguns sinais podem ajudar a realizar este acompanhamento.”
Com o envelhecimento, aumentam as chances de quedas, e é fundamental dar atenção a isso, mesmo que o idoso diga que “não foi nada”. Existe um preconceito social com o uso de bengala, mas é um ponto de apoio que pode ajudar muito a evitar quedas.”
Mesmo em doenças corriqueiras, como uma gripe, é importante encontrar ajuda e tratamento. Se faltou essa iniciativa, é importante avaliar o porquê. Por exemplo, dificuldades e limitações podem mudar os hábitos desse idoso. Muitas vezes, ele precisa de companhia para manter sua rotina de cuidados com a saúde e a alimentação.
Observar as habilidades necessárias para viver de maneira independente, como o vestir-se, fazer compras, cozinhar e cuidar da medicação. Se este idoso passa a agir e se apresentar de forma diferente do que era habitual, é bom ficar em alerta. “Dificuldade no autocuidado (higiene precária), alimentação inadequada (insuficiente ou exacerbada), comportamento desajustado (isolamento, apatia, extroversão demasiada), dificuldade com as finanças e descontrole no acompanhamento de sua saúde são sinais que podem apontar algum problema.”
Quando uma pessoa passa a ter dificuldades de locomoção para sair, fazer compras ou preparar alimentos, irá enfrentar mudanças na rotina alimentar. Isso afeta o peso, que pode diminuir ou até aumentar, porque a pessoa passa a trocar uma refeição saudável por lanches de preparação mais fácil e rápida. “Observe o conteúdo da geladeira, confira se não há alimentos fora de prazo e estragados, se os produtos são saudáveis e corriqueiros da alimentação habitual desse idoso e se não há uma quantidade exagerada de um determinado produto.”
As roupas estão limpas e ordenadas ao corpo? Os cabelos estão penteados? O odor é bom? Não se cuidar por esquecimento ou falta de vontade pode ser sinal de que algo não vai bem. “Na dúvida, é fundamental procurar diagnóstico, porque algumas demências são reversíveis, outras são leves e, nem sempre, os sinais indicam demência. O idoso pode apresentar um quadro de depressão, alteração tireoidiana, anemia, ausência de vitaminas, hipertensão arterial, diabetes e outros que podem alterar a rotina do idoso.”
“As demências são doenças neurodegenerativas, progressivas, que provocam o declínio das funções cognitivas, reduzindo as capacidades de trabalho e interferindo no comportamento e na personalidade da pessoa, trazendo perda de memória recente.” Portanto, observe se as bocas do fogão estão escuras ou se os fundos das panelas estão queimados; também confira se há rastros de desleixo na manutenção da casa, como lâmpadas queimadas há muito tempo, utensílios partidos ou acumulado de papéis. São sinais que podem indicar esquecimento e falta de atenção, por isso, devem ser investigados.”
Contas fora de prazo, saldo devedor no banco, pedido de empréstimo consignado sem necessidade são situações que podem dar indícios de alguma confusão mental. “Se ele demonstrar que está confuso, um pouco desorientado com as finanças, ajude! E procure investigar como anda este tipo de controle.” Há casos em que o idoso também pode estar passando por necessidade e, por vergonha, não avisa a família. Por isso, é essencial percebê-lo.”
Por outro lado, para além da observação, é sempre importante valorizar as suas potencialidades. “Apontar apenas os defeitos pode, dessa forma, causar um sofrimento emocional pautado no constrangimento.” Antes de tomar qualquer decisão, vá a uma consulta médica, acompanhe-o ao supermercado, confira as receitas e veja se os medicamentos estão sendo tomados no horário certo. Se perceber que é importante ter alguém para preparar a comida para evitar acidentes no fogão, converse com ele. “Certamente, quando avaliada a necessidade de intervenção, é recomendado que as mudanças ocorram de forma gradual, compartilhando as decisões com o idoso e estando abertos a ouvi-lo, com respeito e paciência.”
Com toda a certeza, outro ponto que merece ser observado são os idosos que vivem juntos e cuidam um do outro. Normalmente, esse tipo de situação merece atenção redobrada. “O idoso que cuida de outro idoso pode se sentir sobrecarregado e, ao corrigir as falhas indicadas como sinais de alerta do outro, atrasar um possível tratamento.” Portanto, é preciso estar próximo para entender se alguma dessas situações está a ocorrer.
A vantagem é que, se for firmada uma parceria na família, eles estarão próximos para dizer aos filhos, netos e outros parentes o que está havendo em casa aos idosos da família. E com isso surge o questionamento: até quando eles devem viver sozinhos? Não existe uma resposta exata a essa pergunta, afinal, depende muito do estado em que cada idoso está. Normalmente, ela vai precisar de supervisão quando está com problemas em sua locomoção ou cognição, e isso o coloca em risco. Por exemplo, ele pode estar bem para tomar banho sozinho ou se vestir, mas já esqueceu a panela no fogão três vezes, o que coloca sua integridade física em risco. Mas isso não significa que os filhos e netos não devem estar de olho, mesmo que à distância.
Desta forma, deixamos aqui algumas dicas relevantes que, no fundo, todos sabemos. Mas a questão é: com o avançar da idade, são fundamentais levar em conta.
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